domingo, 3 de fevereiro de 2008

Brothers e Sisters

Meu primeiro post, e minha estréia nessa bagaça chamada blog, será dedicada a essa... coisa, que pára o brasil pelo menos duas vezes por ano: Big Brother.
Para começo de conversa, algo que você NUNCA vai saber se continuar assistindo BBB, mesmo assinando o pacotão-vinte-e-quatro-horas-para-desocupados: o termo Big Brother vem do romance 1984, de George Orwell. Em seu livro, Orwell mostra sua visão do futuro (lembrando que 1984 foi publicado em 1948), de uma sociedade totalitária, em que todos os cidadãos são vigiados vinte e quatro horas, sob o comando do Grande Irmão, líder do único partido existente. The big brother is watching you. Assim sendo, big brother é quem vigia, não os coisa-alguma que ficam se expondo em cadeia nacional, que o digníssimo Bial chama de Brothers e Sisters o tempo todo.
Aliás, o Bial já cobriu Rock In Rio, a Guerra do Golfo e a Queda do Muro de Berlim; agora é apresentador de BBB. O que houve? Nas primeiras edições, até imaginei que ele tava de castigo por alguma coisa, mas agora estou convencido de que ele considera isso um avanço de carreira.
Muito bem, agora, depois de um breve momento cultural, chegamos ao ponto que quero debater: como as pessoas se alienam por pouco hoje em dia. Quer dizer, poucos programas no mar de porcaria que enche os tantos canais (e muitos outros tantos canais, se você possui TV por assinatura), têm o mérito de poder dizer que não adiciona NADA, NADA MESMO, COISA ALGUMA, ZERO ABSOLUTO, à vida dos seus telespectadores. Vácuo total!
Mais ainda assim, alguns milhões de pessoas param o que estão fazendo para "dar uma espiada".
Isso sem falar que durante esses dois meses, as pessoas esquecem que o mundo existe, e se dedicam a ver o rolo da mais nova atriz-modelo-cantora-futura-capa-da-playboy-vadia.
Para não me acusarem de igualmente não adicionar nada de relevante, vou fazer um best of do que está acontecendo no mundo enquanto você está mais preocupado com quem a fulaninha tá beijando:

  • Em Gaza (aonde?), continua a crise ocasionada pelo fechamento das fronteiras de Israel, em retaliação à ataques com mísseis Qaraam. A população da região, sofrendo com a falta de eletricidade e artigos básicos, se desloca em massa para o Egito, que por sua vez tenta à todo custo impedir esse exodo. Enquanto isso, o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde o ano passado, exorta os outros líderes arábes da região à pressionarem Israel pelo fim do bloqueio, enquanto promete novos ataques, derramamento de sangue, e tudo o mais que todo grupo extremista árabe faz de melhor. (Nota adicional 1: Além de tudo, a região toda, mais a índia, está sem acesso à internet à quase dez dias, e deve permanecer assim por mais dez. Um monte de scraps sem responder, digo eu.)

  • No Chade (quem joga War sabe aonde fica), ontem rebeldes tomaram parte da capital, Ndjamena, e passaram o dia trocando argumentos com tropas do governo. Apesar de representantes do governo afirmarem que tudo está sob controle e que o presidente Deby continua em seu palácio, a França já anunciou o envio de 1.500 soldados, para "garantir a retirada de cidadãos franceses". Os rebeldes são compostos principalmente de antigos aliados do presidente, que já está no cargo à 17 anos, e que recentemente alterou a constituição para ficar mais um bocado. (Nota Adicional: Com o nosso presidente insinuando um terceiro mandato, deveriamos anotar o exemplo desses rebeldes. E aplaudir a determinação francesa em agir. Se eles tivessem feito isso quando Hitler decidiu invadir a França, a Guerra tinha acabado mais cedo.)
  • Nos EUA (se tu não sabe do que se trata, pede pra sair, zero um), continua a disputa, debates e troca de ofensas em público na corrida presidencial. Agora tudo indica que o showdown será entre o republicano McCain e a democrata Hillay Clinton, pelo cargo do nosso texano favorito depois do Robert Rodriguez (quem?). Deixando de lado as diferenças ideológicas, planos de governo e tudo o mais, fica a questão realmente importante: depois de oito anos do cowboy ignorante, pode ficar pior?

É, realmente NADA de importante. Melhor mesmo espiar a fulaninha.
Até.


2 comentários:

Anônimo disse...

Ótimo texto! Nem é necessário elogiar muito, vc sabe que escreve bem!
Gostei do blog! Continue com as postagens!

Bjs,

Mateus Ornellas disse...

Continue com o bom trabalho, cara!